3 de Dezembro de 2017

PALOP na COP23

A 23ª conferência da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o clima, decorreu na cidade de Bona, Alemanha, entre os dias 6 e 17 de Novembro. A COP23 terminou com avanços discretos e o descontentamento dos países mais vulneráveis às mudanças climáticas.

 

Delegações de todos os Países Africanos de Língua Portuguesa (PALOP) estiveram presentes na COP23 para pedir maior capacidade técnica e financeira para lidar com o aquecimento global, numa altura em que África já sofre os efeitos das mudanças climáticas.

 

Um dos temas discutidos na COP23, foi o uso de energias renováveis em países africanos e asiáticos, a fim de diminuir as emissões de gases poluentes nestes continentes. “É preciso investir imediatamente em energias renováveis na Índia e em África”, defendeu Gerd Müller, ministro da Cooperação e Desenvolvimento da Alemanha.

 

As Organizações da sociedade civil africanas mostraram-se insatisfeitas com os desenvolvimentos da COP23 e criticaram a falta de clareza sobre o financiamento dos países vulneráveis às alterações climáticas. No Acordo de Paris, assinado em 2015 na COP21 e ratificado por 170 países, as nações mais ricas comprometeram-se a destinar, até 2020, 100 mil milhões de dólares por ano para países vulneráveis às alterações climáticas. No entanto, desde 2009, apenas 45 mil milhões de dólares foram alocados a este Fundo. O continente africano recebeu apenas 4% dos investimentos.

 

Prioridades nos PALOP


Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe fizeram saber quais as suas maiores preocupações e prioridades.

 

Angola quer reduzir emissões de carbono e fortalecer a capacidade de observação e análise sistemática de parâmetros climáticos, para permitir uma avaliação pormenorizada das vulnerabilidades de todo o território nacional, o que irá ajudar a implementar políticas-piloto. Há no país um crescimento na intensidade do carbono, razão pela qual a prioridade do Governo é promover tecnologias de baixo carbono.

 

Cabo Verde dá primazia à prevenção e ao ordenamento das bacias hidrográficas e à melhoria do sistema de informação meteorológica e geofísica. Para Cabo Verde, uma das principais preocupações é o financiamento do Fundo de Adaptação. Cabo Verde pediu também uma revisão mais rígida das cotas de emissão para os grandes poluidores.

 

Guiné-Bissau diz que apostar em energias renováveis, como a solar, reduzir a pressão antrópica das florestas, combater a erosão costeira e a degradação de terras agravada pela monocultura de caju, bem como o avanço da intrusão salina são as prioridades do país.

 

São Tomé e Príncipe, por sua vez, está preocupado com a alteração do regime de precipitações e com os efeitos adversos na actividade agrícola. A erosão costeira, em consequência do chamado fenómeno das “ondas gigantes”, que causam destruição, e o controlo do abate de árvores para a construção de casas, pelo impacto que a prática tem na floresta das ilhas, são desafios climáticos de São Tomé e Príncipe.

Para mais informações sobre a COP23 consulte a página oficial aqui.

 

Fonte©Jornal de Angola e Imagem © Patrik Stollarz | AFP