30 de Novembro de 2022

EDP financia nove projectos de acesso a energia limpa em África

A EDP - Energias de Portugal, Associada da ALER, vai apoiar mais nove projectos que promovem o acesso a energia renovável em comunidades remotas e vulneráveis em quatro países africanos: Moçambique, Nigéria, Angola e Maláui.

 

O financiamento total de um milhão de euros – garantido pelo Fundo A2E (Access to Energy) – terá impacto directo em áreas prioritárias como a saúde, agricultura, educação ou acesso a água potável, envolvendo mais de um milhão de beneficiários directos e indirectos.

 

O recurso a energia solar descentralizada e a tecnologias de armazenamento de energia estão na base de todos os projectos seleccionados nesta quarta edição do Fundo A2E, num total de 158 candidaturas. Entre esses projectos, destacam-se, por exemplo, um sistema de malas solares que fornecem energia para maternidades, micro-redes eléctricas para abastecer postos clínicos, sistemas solares para produção agrícola ou câmaras frigoríficas em mercados locais.

 

A EDP reforça assim a sua estratégia de impacto social, promovendo a inclusão energética em territórios mais desfavorecidos. No caso de África, que representa cerca de 70% da população mundial sem acesso a electricidade, este apoio é mais um contributo para responder às necessidades de descarbonização, acção climática e de acesso à energia.

 

A Nigéria, com quatro projectos, e Moçambique, com três, voltam a ser os países com mais propostas seleccionadas nesta quarta edição do Fundo A2E.

 

Em Moçambique, as entidades seleccionadas foram a Associação Educafrica (electrificação de equipamentos escolares e comunitários numa ilha piscatória), a ADPP Moçambique (sistema de refrigeração para mercado de peixe) e a Fundación Energia sin Fronteras (electrificação de herdade agrícola de orfanato). A Fundação Cuerama, com um projecto de electrificação de equipamentos que servem uma comunidade, é o promotor seleccionado em Angola.

 

Com esta quarta edição do Fundo A2E – fundo de responsabilidade social corporativa que duplicou o valor de financiamento para um milhão de euros em 2022 –, a EDP dá continuidade ao programa iniciado em 2018. Nas três edições anteriores, o fundo já disponibilizou um total de 1,5 milhões de euros para apoiar 20 projectos em sete países africanos (Angola, Maláui, Moçambique, Nigéria, Quénia, Ruanda e Tanzânia) que contribuíram para melhorar a vida de 80 mil pessoas e indirectamente, mais de um milhão. Um impacto positivo que sai reforçado nesta nova edição do programa, estimando-se que beneficie directamente mais de 40 mil pessoas e, indirectamente mais de 900 mil nesses territórios.

 

Moçambique

 

  • Associação Educafrica

 

Na Ilha de Mbenguelene vivem 160 famílias isoladas e sem electricidade, com apenas um barco de transporte disponível. Nesta comunidade, que vive da pesca e da agricultura, 80 crianças aprendem debaixo de mangueiras e há um elevado nível de absentismo dos professores, pelo facto de não terem um local para viver durante o ano escolar. A Associação Educafrica quer mudar esta realidade, fornecendo energia limpa às novas instalações escolares e à casa dos professores que começou a construir, permitindo que os estudantes melhorem a sua educação e os seus professores tenham condições de vida dignas, com iluminação em casa, uma bomba de água ou um frigorífico. Além disso, a população terá um barco com motor eléctrico, o que lhes permitirá transportar pessoas e bens, de forma mais rápida e fácil.

 

  • ADPP Moçambique

 

A actividade piscatória na região de Cahora Bassa tem um impacto social significativo para mais de 10.300 pessoas, uma vez que contribui para a segurança alimentar, emprego e rendimentos familiares. No entanto, os pescadores têm acesso limitado a equipamentos especializados e aos mercados e não estão preparados para participar em modelos de gestão. Além disso, o número de infra-estruturas de mercado é limitado e o volume de vendas é muito pequeno. Como mudar isso? Equipar os pescadores com máquinas de refrigeração e de congelamento alimentadas por energia solar é o primeiro passo. O projecto irá ainda fornecer um sistema e equipamento de energia solar a um mercado de peixe. Esta mudança promove uma nova mentalidade empresarial entre os pescadores e pretende ajudar a aumentar os rendimentos dos pescadores e a sua resiliência face ao impacto das alterações climáticas.

 

          • Fundación Energia sin Fronteras

 

Enquanto gestora de 500 hectares de terrenos agrícolas, a Casa do Gaiato constitui uma fonte de alimentação de produtos hortícolas (milho, batatas, cebolas, alho, tomate, pimentos, couves...) e carne (galinhas, porcos, vitelos, etc.) para as crianças e jovens da herdade, bem como para as 165 mulheres e as suas famílias que vivem nos arredores da quinta conhecida como a Fazenda. Para reduzir as elevadas despesas com a electricidade, bem como as falhas de fornecimento, e eliminar o uso de combustíveis poluentes como o gasóleo, um sistema solar fotovoltaico e outro de armazenamento serão instalados na área agrícola deste orfanato, e na escola, que passará a contar com um abastecimento de energia sustentável e fiável a preços acessíveis.

 

Angola

 

                    • Fundação Cuerama

 

No coração da província de Cuanza Sul, a comunidade de Cuerama sofre com o isolamento, a falta de estradas para as aldeias mais próximas e de acesso a uma rede de telecomunicações. Reverter este cenário tornou-se uma prioridade para a Fundação Cuerama desde 2015. Para prestar um melhor serviço a comunidade irá fornecer energia limpa às novas instalações, como o centro médico (para refrigeração de vacinas, equipamento de diagnóstico), a escola primária e a cantina escolar (conservação de comida), entre outras intervenções. Cerca de 5.000 pessoas beneficiarão com este projecto, que também irá potenciar a possibilidade de trabalhar com máquinas e equipamento eléctrico em carpintaria, costura, cestaria, olaria, agricultura, e a produção artesanal de sabão.

 

Fonte e Imagem © EDP (aceda ao comunicado de imprensa completo aqui)